30/09/2013

É só, e não tem o porque...


Todo mundo tem aquele momento.
Aquele momento que observa um folha, um floco de poeira, aquele momento que os olhos ficam vidrados e não sabemos exatamente no que estamos pensando.
É como um momento de desligamento, um hiatus, um momento que nada nos é cobrado porque por milésimos de segundos nos esquecemos completamente o porque estamos ali.
Sabe aquele outro momento que você vai dormir, ou em algum momento do dia , por qualquer motivo que seja você fecha os olhos e enxerga aqueles pontos de luzes, que você não saberia nunca explicar direito, a não ser dizer que são pontos de luzes,mas que pra você não precisa que se explique , porque todo mundo já passou por isso.
A gente é tão acostumado a uma vida onde conviver com as pessoas é quase uma obrigação, algo imposto  a nós desde crianças, que quando temos esses momentos estranhos, seja olhando o floco de poeira vidrado ou admirando os pontos de luzes na escuridão dos nossos olhos fechados, a gente simplesmente entra em um estado que não reconhecemos, mas que de certo modo nos tira a cabeça do caos a nossa volta. 
É o momento nosso, eu comigo mesma, não porque planejei,talvez não conscientemente. 
Desde criança eu tinha um sonho de ser um ser microscópico, na minha cabeça sempre questionava se as pessoas a minha volta eram mesmo quem elas diziam ser, sempre no meu silencio fui muito barulhenta duvidando de tudo, eu não admitia que aquela joaninha que eu tentei fazer de estimação morresse, eu acreditava mesmo que ela tinha uma família, e que ela olhava pra mim e se perguntava as mesmas coisas que eu me perguntava.
E se um dia eu reler esse texto e me perguntar o porque de eu ter escrito, vou lembrar que eu simplesmente coloquei uma música, que me fez ficar pela primeira vez nesse estado meio desligada, ou talvez em piloto automático e que simplesmente permiti que meus dedos percorressem o teclado do computador, pelo simples fato de que foi essa a reação natural de meu corpo.
Enquanto meus olhos estão vidrados em uma tela quase em branco meu ouvido esta ligado na música, e meus dedos separados de meu corpo fazem surgir palavras, e frases e se perguntam, porque?
Porque tudo tem de ter um porque?
As vezes um floco de poeira é só um floco de poeira, as luzes que aparecem quando fecho os olhos são só pontos de luz, e se são só, poque tem que ser "só", pra mim são extraordinariamente belos a ponto de eu querer contempla-las e escrever sobre elas por simplesmente saber que ninguém mais o fez, não que eu tenha conhecimento.

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